Fazer a diferença no dia a dia das pessoas através da saúde pública é um dos principais benefícios em ser epidemiologista. Desde os movimentados centros urbanos às comunidades remotas, os epidemiologistas estão presentes e desempenham um papel fundamental no monitoramento, análise e gerenciamento de surtos e doenças.
Em um movimento colaborativo, os epidemiologistas trabalham de perto com profissionais da saúde, cientistas e formuladores de políticas públicas a fim de desenvolver estratégias eficazes na condução de investigações epidemiológicas para identificação das causas e os padrões de propagação das doenças, análises de dados estatísticos e desenvolvem modelos para prever tendências futuras.
A amplitude de atuação do epidemiologista possibilita uma variedade de oportunidades para os profissionais apaixonados pela saúde pública e que desejam ingressar na área da epidemiologia.
Seja seu sonho trabalhar na investigação de doenças infecciosas, na análise de fatores ambientais ou analisar dados de saúde pública, a carreira na epidemiologia de campo pode te proporcionar diversas possibilidades!
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O que é a epidemiologia?
A área pode ser definida como a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, eliminação ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde (ROUQUAYROL; GOLDBAUM; SANTANA, 2013).
O significado etimológico do termo epidemiologia deriva do grego (PEREIRA, 2013):
Epi: sobre
Demo: população
Logos: estudo
De forma simplificada, o termo “epidemiologia” significa o estudo sobre a população, que direcionado para o campo da saúde pode ser compreendido como o estudo sobre o que afeta a população.
Funções e responsabilidades de um epidemiologista de campo
Profissionais e pesquisadores de saúde pública como epidemiologistas de campo analisam informações de saúde e coletam dados relevantes para o desenvolver a consciência sobre a origem de enfermidades e doenças. Seus achados são aplicados em diversas áreas como o âmbito regulatório da saúde, políticas públicas e organizações privadas.
São exemplos de pesquisas desempenhadas por epidemiologistas de campo:
- Estudo de dados demográficos para determinar grupos de alto risco para certa doença;
- Tendências em populações de sobreviventes de determinadas patologias (como câncer ou uma doença transmissível);
- Identificação de tratamentos eficazes;
- Desenvolvimento de estratégias e planos de ação em emergências de saúde, entre outras pesquisas.
Epidemiologistas podem atuar em diversas funções como:
- Planejamento e direcionamento de estudos dos desafios na saúde pública para prevenir, tratar e antecipar padrões de enfermidade e doenças;
- Coletar e analisar dados através de observações, entrevistas e formulários, e amostras biológicas para encontrar as causas de enfermidades e doenças;
- Apresentar e comunicar seus achados para profissionais de saúde, gestores públicos, organizações privadas e o público.
- Gerir e desenvolver programas de saúde pública, monitorar seu progresso e observar modos de otimização e inovação das técnicas de pesquisa;
- Supervisionar os profissionais, técnicos e a equipe médica, entre outros.
Como se tornar um epidemiologista de campo?
Para ter o título de epidemiologista, são necessários alguns requisitos. Para a titulação é necessária especialização, mestrado ou doutorado na área com uma formação acadêmica sólida.
Mas a ausência de titulação não representa uma limitação para exercer a profissão. Caso você queira exercer funções na área de epidemiologia, você pode vir de diversas áreas do conhecimento (sendo recomendada áreas da saúde pois já na graduação você já entra em contato com disciplinas de epidemiologia).
Caso você seja de outra área do conhecimento que não seja da saúde, geralmente é recomendado, para ter uma formação sólida, que você realize cursos de aperfeiçoamento para aumentar suas chances de atuação na área.
A duração da especialização irá depender da modalidade de sua escolha, podendo variar de 360 a 2.000 horas.
No Brasil, existe o Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS). A iniciativa tem como objetivo capacitar profissionais e fortalecer a capacidade nacional em relação às ações de vigilância em saúde bem como na preparação e resposta às emergências em saúde pública, nas esferas municipal, estadual e federal no Sistema Único de Saúde (SUS).
O EpiSUS foi criado no ano 2000 em seu nível avançado, seguindo os moldes do Programa de Treinamento de Epidemiologia de Campo do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (FETP/ CDC) O EpiSUS-Avançado tem duração de dois (02) anos, é presencial e exige dedicação exclusiva por parte do profissional em treinamento.
O Programa é sediado em Brasília/DF, dessa forma, os candidatos selecionados para esta modalidade do EpiSUS deverão residir no Distrito Federal, durante todo o período do treinamento. O profissional que pretende ingressar no EpiSUS-Avançado deverá ter disponibilidade para atuar, quando necessário, em municípios dos estados de qualquer região do território nacional, a qualquer hora e dia da semana.
A disponibilidade do nível fundamental do treinamento foi incorporada a partir da ampliação da oferta de treinamento aos trabalhadores de ponta a ponta. Da mesma forma, estão previstas mais ofertas da especialização em epidemiologia de campo, representando o nível intermediário do treinamento.
Onde epidemiologistas trabalham?
Devido a sua ampla diversidade de atuação, o ambiente de trabalho dos epidemiologistas de campo podem variar, mas não importa o ambiente de trabalho, os epidemiologistas de campo geralmente atuam no alinhamento de evidências com os problemas do mundo real, e na busca de soluções para os problemas de saúde pública ao redor do mundo.
Geralmente, epidemiologistas trabalham nas secretarias de saúde municipais, estaduais e federal em escritórios e laboratórios. Epidemiologistas de campo também são contratados em hospitais, faculdades, universidades, agências e fundações públicas como a Anvisa, Fiocruz, Instituto Butantan, entre outros.
A atuação do epidemiologista de campo pode envolver o atendimento em hospitais, clínicas, ambulatórios, pronto-socorros e unidades de saúde do setor público e privado, trabalhar com a regulação de atividades de saúde ou controle e imunização de pragas urbanas, seguir carreira no meio acadêmico e de pesquisa, integrar equipes de empresas especializadas em análise de dados para a área médica ou até escolher um ramo mais específico.
Principais habilidades e competências exigidas pela profissão
- Pensamento crítico: análise, observação e interpretação são essenciais na detecção de padrões, reconhecer informações úteis para comparação e interpretação;
- Resolução de problemas: Dados complexos demandam uma capacidade de resolução de problemas para obter novas respostas, reconhecer a natureza de um problema, identificar objetivos e prioridades e enxergar um tema sob uma nova perspectiva são alguns exemplos de desafios que você pode enfrentar;
- Disciplina e organização: Com a alta demanda de projetos é possível que você tenha que administrar muitos projetos ao mesmo tempo e, além de ser corriqueira a presença de profissionais de diversas áreas em sua equipe;
- Habilidades comunicativas: A interação com especialistas de outras áreas, a análise e pesquisa de documentos, e a transmissão de informações técnicas e complexas para diversos públicos são alguns desafios que demandam aprimoramento das habilidades comunicativas.
- Relacionamento interpessoal e trabalho em equipe: Em sua carreira de epidemiologista é possível que você trabalhe com equipes multidisciplinares e diversas. A promoção de um ambiente colaborativo e sem conflitos demanda uma habilidade de relacionamento interpessoal e de trabalho em equipe.
Como epidemiologista de campo, você terá a chance de colaborar com renomados especialistas na área, participar de pesquisas inovadoras e contribuir com políticas que moldam as iniciativas de saúde pública.
Nós da ProEpi temos orgulho de unir pessoas comprometidas com a saúde pública a partir do estimulamos à troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertamos conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e mediamos oportunidades de trabalho nacionais e internacionais.
Faça parte desta rede de profissionais que fazem a diferença na vida das pessoas, protegendo comunidades e moldando o futuro da saúde pública no Brasil!
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Texto por Matheus Ponte
Referências
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Ministério da Saúde.
Acesse em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/episus
EpiSUS
Acesse em: https://episus.saude.gov.br/
Universidade Aberta do SUS (UNASUS)
Acesse em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/3355/1/3con_ferra_epidemio_2016-2.pdf
Indeed – Guia de Carreira
Acesse em: https://br.indeed.com/conselho-de-carreira/encontrando-emprego/o-que-faz-epidemiologista
Public Health Online
Acesse em: https://www.publichealthonline.org/epidemiology/
Milken Institute School of Public Health. The George Washington University
Prospects
Acesse em: https://www.prospects.ac.uk/job-profiles/epidemiologist
