Não é novidade que os processos de urbanização provocaram o aumento das emissões de poluentes pelas indústrias e pelos transportes motorizados; essas emissões, entretanto, superam – e muito – as medidas de controle da poluição do ar.
De acordo com os dados vitalstrategies.org, quase sete bilhões de pessoas respiram ar insalubre; mais de três bilhões dependem de combustíveis poluentes para cozinhar e aquecer suas residências; metade das mortes por pneumonia entre crianças de até cinco anos são causadas pela poluição do ar doméstico e, no sul e sudeste da Ásia, o principal fator de risco de morte prematura é a poluição do ar.
As novas diretrizes globais de qualidade do ar, da Organização Mundial da Saúde, reforçam e concedem evidências de que a contaminação atmosférica acarreta danos à saúde humana, em diferentes aspectos. As consequências são graves: além das sete milhões de vidas perdidas prematuramente, há também a perda de anos de vida saudáveis. Em crianças, as consequências incluem: redução da função pulmonar e do crescimento, infecções respiratórias e agravamento de doenças já existentes, como a asma.
As pessoas mais afetadas são as que compõem as populações vulneráveis que vivem sem acesso a energia doméstica limpa, especialmente mulheres e crianças, e habitantes de países de baixa e média renda.
Outro risco associado à poluição do ar está relacionado com um dos tipos de poluição do ar: a poluição por material particulado. Esses materiais podem chegar até os alvéolos através da respiração e entrar na corrente sanguínea, desencadeando uma resposta inflamatória que pode causar ou agravar doenças coronarianas e respiratórias.
Diante desse cenário mundial de grande relevância, teve início no dia 6 de novembro de 2022 a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas de 2022 – a COP 27 – sediada em Sharm el-Sheikh, no Egito. Lá, até o dia 18 de novembro, chefes de estado, de governo e ministros discutem quais as medidas necessárias para atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris e, com base nos resultados da COP 26 (ocorrida em Glasgow no ano passado) é esperado que os países estejam evoluindo nas ações para atingir as metas climáticas coletivas que visam limitar a elevação da temperatura global.
A maneira mais eficiente de garantir a qualidade do ar é através das políticas que controlam as fontes de emissão de gases; por se tratar de um problema de saúde pública, é necessário que haja conscientização e demanda da sociedade civil para que sejam executadas ações que objetivem diminuir ou acabar com a má qualidade do ar.
Texto por Náthali Abreu
Fontes
Vital Strategies
Acesse em: https://www.vitalstrategies.org/programs/air-pollution-and-health/
Organização Pan-Americana de Saúde — OPAS
Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas de 2022 — COP27
Acesse em: https://cop27.eg/#/
Portal Dráuzio Varella
Acesse em: https://drauziovarella.uol.com.br/pneumologia/os-efeitos-da-poluicao-sobre-a-saude/