Nova etapa do projeto Guardiões da Saúde – Líderes comunitários começa em Pirenópolis

Matéria por: Mariana Ferreira Lopes e Luiggi Fontenelle

Junho marcou o início das atividades de implementação do projeto piloto de desenvolvimento de um sistema de vigilância baseada em eventos com apoio de lideranças comunitárias em Pirenópolis, município goiano da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF). A parceria do Guardiões da Saúde – Líderes comunitários (GdS) com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) e a Secretaria Municipal de Saúde de Pirenópolis possibilitou a realização do treinamento da ferramenta ePHEM com profissionais de saúde e da oficina de mapeamento de lideranças para a vigilância em saúde.

A importância do projeto não apenas para os municípios participantes, mas também para as Regionais de Saúde e para o estado de Goiás foi destacada pelo Coordenador de Epidemiologia de Campo Estadual, Fabiano Marques, que tem participado ativamente do planejamento e da implementação do piloto no estado. “A gente vai ter a notificação e o conhecimento desse evento de uma forma mais oportuna e, com isso, poder fazer as medidas de prevenção e controle evitando a disseminação desses casos”, explica o Coordenador. Hiumara Goulão, Diretora de Vigilância em Saúde de Pirenópolis e ponto focal do GdS no município, também reforça essa visão. “Acredito que vai ser bem relevante. Isso poderia ser acessível a todos, inclusive para os trabalhadores da saúde que não estão na assistência, mas trabalham em serviços de saúde”, complementa a Diretora.

ePHEM

O treinamento para uso do ePHEM aconteceu no final de junho de forma remota com a participação de 08 profissionais de saúde da SES-GO e da Vigilância em Saúde de Pirenópolis. A adaptação do software de gerenciamento eletrônico de emergências, ePHEM, para o sistema Guardiões da Saúde – Líderes comunitários é um dos produtos desenvolvidos pelos pesquisadores do projeto. A ferramenta foi desenhada pelo Escritório Regional do Mediterrâneo Oriental da Organização Mundial da Saúde (OMS EMRO) em colaboração com o Escritório Regional Africano da OMS (AFRO), para facilitar a gestão de emergências de saúde pública em Centros de Operações de Emergência de Saúde Pública (PHEOCs) nos níveis nacional e subnacional.

A arquitetura em código aberto da plataforma permitiu sua inserção no sistema GdS com o objetivo de reunir e tratar os sinais enviados pelas lideranças comunitárias através do aplicativo Guardiões da Saúde para os profissionais da vigilância em saúde gerenciarem. “A adaptação do ePHEM para interoperar com o GdS é muito estratégico, pois permitirá aos profissionais de saúde conhecer os sinais ocorridos diretamente nos territórios. Estes sinais são identificados com mais capilaridade e chegarão com maior oportunidade no sistema de informação. No sistema, os profissionais verão estes sinais, oriundos do App, ele fará a verificação, visando qualificar ou descartar o sinal informado”, explica a Epidemiologista do projeto, Aline Almeida da Silva. 

A equipe de Tecnologia de Informação do projeto foi responsável pela criação de um software mediador entre o ePHEM e o aplicativo, que recebe os sinais enviados pelo GdS para o software de gerenciamento. Para a utilização por profissionais de saúde do Brasil e Cabo Verde, os pesquisadores trabalharam na tradução e apontaram melhorias relacionadas aos fluxos de notificação já estabelecidos por documentos norteadores da área. “Fizemos algumas adaptações no próprio ePHEM para ficar mais aderente ao nosso processo de trabalho: revisamos status, adicionamos os líderes comunitários como fontes com integração via Whatsapp para a equipe de saúde interagir com os líderes mais facilmente e também colocamos a parte de georreferenciamento”, explica o líder de TI do projeto, Rogério Carminé. 

Os manuais para uso do ePHEM estão disponíveis na página do projeto: https://proepi.org.br/download/oficina-de-uso-ephem/ 

Mapeamento de lideranças

Em 02 de julho, a equipe do GdS esteve em Pirenópolis para a apresentação do projeto e realização da oficina de mapeamento de lideranças para a vigilância em saúde. Na ocasião estiveram presentes profissionais da saúde, agentes comunitários de saúde e lideranças comunitárias que, após conhecerem melhor o GdS, indicaram nomes de outras pessoas que podem se interessar em fazer parte do projeto. Também foi possível mapear áreas de vulnerabilidade e instituições relevantes na comunidade, como associações comunitárias, instituições religiosas e de ensino e outros.

O encontro de mapeamento de lideranças possibilita maior alcance do GdS. A ferramenta em desenvolvimento depende de pessoas bem inseridas em suas comunidades, para que elas possam reportar os eventos de saúde no aplicativo. Além disso, em oportunidades como essa a equipe pode conhecer as particularidades de cada região e criar uma relação de confiança com os envolvidos por meio da apresentação da proposta e sanando quaisquer dúvidas sobre o projeto.

O mapeamento de lideranças para a vigilância em saúde é uma das etapas fundamentais para a implementação do piloto. O método desenhado pela equipe do GdS foi organizado em um mini guia disponível em português e inglês no site do projeto: https://proepi.org.br/download/mapeamento-de-liderancas-comunitarias-para-a-vigilancia-em-saude/ 

A partir das indicações feitas no encontro, as atividades em Pirenópolis seguirão para a etapa de qualificação dos participantes, por meio desse processo será possível identificar quem irá, de fato, usar o aplicativo. As próximas atividades previstas são os encontros de formação para o uso da ferramenta com as lideranças qualificadas, essa oficina também terá o objetivo sensibilizar essas lideranças para as questões de saúde em suas comunidades.

O projeto Guardiões da Saúde – Líderes Comunitários, em curso desde 2023, é uma parceria da ProEpi com a Sala de Situação de Saúde da Universidade de Brasília, o Instituto Nacional de Saúde Pública de Cabo Verde  e UK Public Health Rapid Support Team (UK-PHRST). O UK-PHRST é uma parceria inovadora entre a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido e a London School of Hygiene & Tropical Medicine, financiada com a ajuda do Ministério da Saúde e da Assistência Social do Reino Unido. As opiniões expressas neste estudo não são necessariamente as do Ministério da Saúde e da Assistência Social do Reino Unido.

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