Pequenos notáveis: mosquitos são as criaturas mais letais do planeta

Apesar da aparência inofensiva, os mosquitos são considerados as criaturas mais letais do planeta. Essa capacidade lhes rendeu um arqui-inimigo mundialmente conhecido: Bill Gates. A guerra declarada contra os bichinhos não é infundada – a malária, que é transmitida por mosquitos, chegou a matar 830.000 pessoas apenas em 2015 e lhes rendeu o título de criatura mais mortífera do mundo.

Com o propósito de conscientizar as pessoas sobre a importância de combater os mosquitos para tentar frear o avança da malária, Bill Gates fez uma brincadeira: durante sua palestra em um TED Talk, ele abriu uma lata e deixou que um pequeno enxame de mosquitos saísse, afirmando não haver razão para apenas as pessoas pobres passarem pela experiência da malária. Os mosquitos não estavam infectados, é claro, mas a brincadeira surtiu o efeito desejado.

O TED e os estudos publicados no GatesNotes eram sobre a malária, mas essa não é a única doença terrível transmitida pelos mosquitos. Listamos aqui algumas delas:

1. Dengue

Muito conhecida no Brasil, a dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito do gênero Aedes e possui quatro sorotipos diferentes. Os surtos dessa doença são frequentes, por isso há campanhas regulares de combate ao mosquito e prevenção à sua proliferação. Os sintomas mais comuns são: febre, dor no corpo, dor nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas pelo corpo. Casos mais graves podem levar à morte.

2. Chikungunya

Também é uma doença viral e é transmitida por dois mosquitos do gênero Aedes, o Aedes aegypti e o Aedesalbopictus. Diferente do que acontece na dengue, ainda não existem relatos de que é possível ter chikungunya mais de uma vez. Os sintomas mais comuns são: febre alta de início abrupto, dores agudas nas articulações das mãos, pés, dedos, tornozelos e punhos; alguns casos podem não apresentar sintomas.

3. Zika

Essa é mais uma doença viral transmitida pelo Aedes aegypti. A maioria das pessoas infectadas não apresentam sinais clínicos, mas, quando presentes, os sintomas são semelhantes aos da dengue, porém com intensidade reduzida. Os sintomas menos comuns são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômito.

4. Febre amarela

Em áreas silvestres a transmissão é causada por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes; em áreas urbanas o agente de transmissão é o Aedes aegypti. O principal método de prevenção é a vacina, disponibilizada gratuitamente pelo Sistema único de Saúde (SUS). As formas mais graves dessa doença podem causar o comprometimento do fígado, acarretando em icterícia e hemorragias.

Além da vacina disponível, as melhores formas de prevenção são: telas protetoras, fixadas nas janelas e portas (esse recurso também é útil para afastar outros animais indesejados); repelentes, que ajudam a afastar os mosquitos; armadilhas luminosas compostas por refis adesivos, que atraem e capturam os mosquitos durante o período na noite.

Alguns cuidados necessários:

O lixo deve ser armazenado e descartado em locais apropriados – lixeira com tampa e caminhões de coleta. Colocá-lo na lixeira de coleta urbana apenas nos dias e horários adequados evita que a sujeira seja espalhada na rua e sirva de atrativo para pragas.

Água parada em recipientes (qualquer que seja, até aquele vaso do banheiro externo) podem servir de berço para as larvas de mosquitos. Preencha os pratos de plantas com areia; troque frequentemente a água dos animais; dê descarga periodicamente; faça a manutenção correta da água da piscina; limpe calhas, ralos e caixas d’água. Em plantas que acumulam água, como bromélias, coloque um pouco de borra de café. As doenças citadas são apenas algumas das transmitidas por esses insetos. As populações vulneráveis são as mais expostas aos riscos, devido às condições precárias de saneamento, à falta de informações, assistência básica de saúde, dentre outros fatores. Esforços de todas as nações são necessários para frear o avanço de enfermidades causadas por esses transmissores.

Texto por Náthali Abreu

Imagens concedidas por Taís Araújo. Acervo pessoal.

Referências:

Fundação Oswaldo Cruz. ZIKA : sintomas, transmissão e prevenção. Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, 2022. Disponível em: <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/zika-sintomas-transmissao-e-prevencao>. Acesso em: 04 de Agosto de 2022.

GATES, Bill. Mapping the end of malaria, 2016. Disponível em: https://www.gatesnotes.com/Health/Mapping-the-End-of-Malaria. Acesso em: 03 de agosto de 2022.